quinta-feira, 16 de abril de 2009

Considerações sobre a Graça

A Alguns anos atrás livros que falavam sobre a Graça de Deus fizeram o maior sucesso nas Igrejas de todo o mundo. Os livros de Philip Yancey e Max Lucado, instantaneamente tornaram-se best-sellers e alcançaram números elevadíssimos de venda e cifras impressionantes. Nos estudos bíblicos, nas células, nos cultos , não se falava, não se lia, não se estudava, não se pregava outra coisa senão a graça de Deus. A Igreja parecia ter feito a maior descoberta de todos os tempos, como se diz popularmente “uma coisa de outro mundo”.De fato a Graça é surpreendente, encantadora, maravilhosa, bendita, redentora, conquistadora e irresistível. Ela é tudo o que conseguimos descrever, imaginar e expressar, mas tudo o que compreendemos de graça divina é na verdade, um nada, tamanha sua infinitude e sua multiformidade. Quando nossa mente quer colocar-lhe limites ela revela-se um universo inexplorado, quando lhe determinamos alvos e objetos específicos ela mostra desconhecer a nossa geometria de formas apropriadas, lógicas e precisas.A única afirmação definitiva sobre a graça é que ela está sempre presente.Essa afirmação me traz alguns questionamentos. Se na época dos livros sobre a graça é que a igreja parece tê-la descoberto, por onde ela andava em nossa vida cristã, em nossos estudos, células, sermões e cultos? Será que havíamos deixado de lado a razão de nossa esperança? Havia a graça de Deus transformado-se em um “achado arqueológico” ou seja, algo que estava perdido e depois de séculos foi reencontrado?Alguém poderia argumentar que um achado arqueológico tem valor inestimável, de fato, se a igreja redescobriu a graça, quanta riqueza isso não produziu para a humanidade? Em quanto bem não resultou? Em contrapartida, quantas vidas o esquecimento da graça ceifou? Quantos precisaram ser quebrados, moídos, partidos por suas transgressões e iniqüidades sendo que a graça prega justamente o sofrimento vicário de Cristo no calvário por todos os homens?Lamentavelmente não há justificativas que a igreja possa apresentar em sua defesa, mesmo que, enquanto não nos recordávamos da graça, continuássemos a crescer em nossas obras, pois a pregação da cruz sem a confortante e possibilitadora graça é inquisição, é querer redimir a alma pelo sofrimento, do auto-flagelo, da culpa e do medo, ainda que sem chamas. Pregar o evangelho sem refletir a graça é ser arautos da morte, missionários da condenação eterna. Se não estamos debaixo da graça, novamente nos fazemos escravos da lei, das obras e dos sacrifícios.

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